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A mostrar mensagens de junho, 2020
Regra geral como os demais, o papel do atual ministro da Educação será destinar verbas. Apesar da esperança desse nome em meio ao deserto de decepções desse governo, será difícil esperar sua desejada atuação no ensino básico, com tanto desaparelhamento e distribuição de grana para tantas bocas famintas...
Fala-se muito no tal poder moderador... O Poder Judiciário pelo seu garante da Lei, exerce naturalmente esse papel. Toda a lei, todo contrato, é assegurado por esse poder e por isso seu papel tão importante. É preciso haver uma discussão aprofundada no Brasil, desde a nomeação dos ministros do Supremo, passando pela própria Constituição, face ao quadro tenebroso que assistimos todos os dias com tanto fisiologismo e subjetividade. Sem uma Justiça confiável nenhuma sociedade pode se alicerçar.
As tão sonhadas mudanças no país não virão apenas com um novo presidente acertado. É preciso também um Congresso acertado. É quase impossível no atual momento, conseguir maioria entre os quase 600 representantes, espalhados por mais de 30 partidos, tão diferentes, de tantas procedências, formação, valores e mesmo culturas, num país continental como o nosso. Acrescidos o fisiologismo político e a total falta de controle e cobrança dos eleitores, fazem esses fatores do Congresso uma entidade totalmente independente do Estado e com interesses próprios distintos dos da nação. Claro está que para se governar é preciso haver uma boa relação entre o Executivo e o Legislativo, o que no caso especifico do Brasil equivale dizer que é preciso "satisfazer" o Congresso no seu objetivo de dispor dos "benefícios" políticos com a administração dos fabulosos orçamentos da máquina executiva. O principal erro do atual executivo eleito em segundo turno com pouco mais que a metade d
20 A notícia do Lima o apanhara desprevenido. Ainda há um mês haviam conversado pelo telefone, a cobrar a eterna visita. Um mal-estar do nada e a internação às pressas. Pouco mais soube pelo Carlos, daquele coração amigo que tinha-lhe pregado um susto… A amizade já lá ia há uns bons anos, desde os tempos de África, e mantida sem falhas, com telefonemas regulares e alguns encontros nos cafés. O Carlos, amigo também dessa época, lhe disse que depois do almoço de domingo, queixara-se de uma pequena dor no braço. O filho mais velho que estava com ele achou por bem levá-lo ao hospital e lá ficara. Não era grave mas tinha sido um princípio de enfarto. Lembrou-se de Lourenço Marques, quando o Lima o levara a um hospital por causa das dores que sentia no braço. Achou curioso o enfermeiro ter-lhe perguntado se era dor ou dormência… achou irrelevante a pergunta... descobriu nessa ocasião sua hérnia de disco. O horário das visitas começava às 16:00 mas ele tinha chegado mais cedo. Não go
A empresa, o empresário, por definição são de direita; o empregado, de esquerda. Enquanto a lógica do primeiro é liberal, conservadora, a do segundo é social, reformista. Nomenclaturas e definições à parte, esse embate de classes sempre existiu e foi Marx quem o descreveu com mais argúcia. Sendo o Capitalismo o sistema de relações que melhor se adequa à natureza humana, e por isso o mais natural, sofre também com as imperfeições da sua própria natureza; sua avareza, sua vaidade, sua soberba. O natural Capitalismo evolui com a própria evolução humana. Está num ponto de viragem... seu desaire de acumulação e concentração criou desigualdades profundas e o ser humano não tolera isso. A pandemia veio acelerar essas mudanças e certamente não será pela lógica da direita que serão conseguidas... A esquerda deve refletir bem esse seu atual papel. 
Nas Democracias, como noutras formas de governo, manda a classe dominante; a única diferença é que votamos livremente para escolher representantes que nos governam. Quanto mais nos representem na defesa dos nossos interesses, mais perfeita é a Democracia. No mundo globaritário em que vivemos quem manda é o mercado, os governos não decidem mais nada e nós, meros consumidores, só nos lembramos de ser cidadãos, quando votamos num governo que nos permita continuar consumindo... 
O Estado e suas instituições são mantidos pelo voto e assegurados pela força; não há outra forma. A manutenção da ordem, com o emprego da força quando necessário, é da responsabilidade dos governos e, além de ser exigida, deve ser indiscutivelmente acatada num Estado de Direito; não há outra forma. As manifestações pacíficas são expressões justas e fazem parte da liberdade de expressão nos regimes democráticos. Abusos de qualquer parte não são tolerados e devem ser julgados e punidos exemplarmente. Não se admite, a título de se lançar a desordem, que legítimas manifestações degenerem em distúrbios que confrontem as forças policiais mobilizadas para garantir as pessoas e o património. A polícia, agindo em conformidade com a lei, tem a obrigação de usar a força e dissuadir os desordeiros, não podendo ser condenada por atuar da forma para a qual foi criada. 
Os partidos políticos, se é que são, para os filiados. O cidadão não é partidário, é eleitor que escolhe quem o representa melhor. Esperando que haja ideologia e coerência fica fácil escolher qual o lado mais afim. Sem isso, então que ao menos a independência do candidato seja a voz do eleitor. O importante é que haja um mínimo de identificação, de verdadeira representatividade com que se possa esperar ação firme na defesa dos interesses de quem vota, caso contrário, que haja forma de ser suspenso esse mandato. Delegar, acompanhar e cobrar. Da mesma forma que os que mandam gerem sua empresa. Demite-se quem nāo entrega, mantém-se no cargo quem cumpre os objetivos. 
Portugal não tem propriamente uma data nacional como o 7 de Setembro brasileiro ou o 14 de Julho francês... o 10 de Junho foi escolhido para o gáudio de um rei... Como um Dia das Comunidades e da Lusofonia, vem nos lembrar um pouco de qual saco somos farinha... Quando os Celtas andavam a esmo por cá, os que não se satisfaziam com nada continuavam a caminhar, pulando montanhas até esbarrar no oceano... e nem esse foi barreira, prova essa que somos nós... Inquieto e independente povo lusitano que "não se governa nem se deixa governar..." Nossa índole... Parabéns à nossa história, venturoso seja o nosso futuro! 
George Floyd. Cidadão americano morto por ação policial abusiva. Erro gravíssimo, na verdade um crime, que como qualquer outro mereceria ser rapidamente julgado e o réu condenado severamente... mas não se resume nisso... George era negro e a ação policial como de regra teve conotação racial... duplo crime que além da punição dos culpados mereceria a mais dura e eloquente execração dos mais altos dirigentes do país... não houve... a sociedade americana é racista! Miguel Silva. Cidadão brasileiro de 5 anos que caiu do alto de um edifício porque um adulto o deixou sozinho no elevador... crime doloso do adulto que foi capaz dessa barbaridade... punição severa... mas não se resume a isso... Miguel era negro...filho da empregada... não "valia" nada como a própria mãe, negra e empregada doméstica... merece nosso veemente protesto e o mais duro repúdio de nossos governantes... Ficamos pelas vaquinhas virtuais, não vamos além... vai ficar por isso e ser mais um de muitos crimes com
19 O elétrico parara. As janelas estavam baixadas e o fumo cheiroso das castanhas a assar lhe entrou pelo nariz. Ele sorriu com suas memórias… Era a época dos dias ventosos, das folhas dos plátanos pelo chão… Lembrou daquela avenida ladeada deles, quase nus, quando ainda era jovem, a caminho da escola. O sacolejo do coletivo abriu seus olhos ainda a fitarem a lembrança. Gostava daquela estação, da calma que precedia os tempos agrestes e punha fim à agitação do Verão. Resolveu que antes de seguir para casa iria à praia. Seguiu o caminho contrário à maioria dos outros que dirigiam-se para a vila. Tomou o caminho da praia pela avenida que tanto gostava. Respirou fundo a maresia que o vento trazia e de mãos nos bolsos, lá seguiu devagar para aproveitar aquele momento. Quantas boas lembranças tinha, quantos anos se passaram. Lá estavam aqueles plátanos que tanto gostava. Aqueles mais pequenos plantados no início da avenida àquela época, já crescidos, disseram ao velho que o tempo t