18 Naquela manhã apeteceu-lhe sair para fazer o pequeno-almoço no café da praceta. Estava sol e queria estar com pessoas. Após sua habitual toilette, decidiu estrear a camisa pólo que ganhara da sobrinha sem dispensar o suéter. O banco de costume da praceta ainda estava vazio àquela hora; cumprimentou o lixeiro, seu conhecido, que ali trabalhava e seguiu para a esplanada do café. Era cedo e ainda havia mesas vazias. O empregado do café de há muitos anos o cumprimentou, surpreso de sua presença que não era habitual. - Muitos bons dias! – Disse a limpar a mesa enquanto retirava a loiça. - O que vai ser? O senhor aceita o jornal? O velho sorriu agradado da receção. Aceitou o jornal. Pediu um abatanado e um bolo de arroz. O empregado comentou a manchete do jornal. O velho não fazia ideia do que tinha dito. Não acompanhava mais as notícias diárias. Achava tudo aquilo desinteressante e cansativo. Apelações para serem vendidas à coscuvilhice dos que pensavam participar do cotidiano