Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2022
Como votamos? O Individualismo suplantou o Coletivismo, e esse fenômeno social tem definido a direção ideológica personalista do voto no lugar da tradicional escolha de um programa no campo ideológico. O exemplo brasileiro nessas eleições ilustra bem essa característica do eleitor passional, justificando bem seu comportamento agressivo e apaixonado. Naturalmente nos dividimos entre duas formas de encarar qualquer acontecimento com que nos deparamos. Há em nós uma simpatia nata, visceral, que nos leva a tomar de imediato uma atitude mais complacente, ou em oposição, uma atitude mais assertiva diante um problema. É mais fácil do ponto de vista cognitivo optar pelo que nos simpatizamos do que propriamente o debate das prioridades programáticas na política; isso empobrece a mobilização coletiva e a representatividade do eleitor. A despreocupação egoísta com o coletivo de diferenças leva ao surgimento dos perigosos radicalismos em tempos de crise.
A principal causa da atual apatia, ora anarquia e desrespeito às pessoas e instituições nas sociedades ocidentais, pode ser encontrada no excesso de individualismo, de direitos e liberdades protagonizados pelo pensamento progressista que adveio e generalizou-se desde o fim da II Grande Guerra. O afastamento cada vez maior do contato direto com os meios de sustento, o crescimento do emprego, do consumo e do Estado mantenedor, desenvolveram um comportamento de descompromisso e inércia que levou as massas à total dependência de terceiros. Criou-se com isso o sentimento generalizado de desconfiança e rancor de quem se vê dependente e subjugado. Desfez-se o sentimento de engajamento, pertença e ação do cidadão. Ele não interessa-se por governar-se, quer que o façam por si, está à mercê de quem quiser. O caminho de volta é a solução.  
Quando terminar a eleição nada irá mudar. O chamada direita no Congresso não é, é Bolsonarista, e se ele perder vai logo chamar-se Centrão de novo. O que resta do que mais se parece com a esquerda continua com o mesmo nome de PT, e se ele ganhar engrossa o Centrão também. Quando terminar a eleição nada irá mudar . Enquanto a regra for essa, os congressistas de partido único ao qual dá-se o nome de Centrão continuarão a dar seu apoio a qualquer um que lhes repassar o dinheiro suado do contribuinte; que roube e lhes deixem roubar, enquanto mais e mais manipulam o Judiciário e alteram a lei para lhes tornar impunes. Quando terminar a eleição nada vai mudar. Até lá vamos nos engalfinhando por dois ladrões de carteirinha. Os congressistas só esperam pelo seu nome. 
Com um OE comprometido com salários e pensões não há dinheiro para o investimento; espaço para a iniciativa privada. Muito mais que a conhecida redução de impostos, deve ser com concessões e privatizações que a Economia pode crescer. Ultrapassar os tabus, garantir seu papel social, regular e deixar o Capital fazer o seu trabalho. 
O que queremos para o Brasil? Como diminuir nossas desigualdades? O ano letivo 22/23 em Portugal começou com mais um aluno de Engenharia... Um filho de copeira e cortador de cortiça que entrou na Universidade por seu próprio mérito no ensino público e sem qualquer beneficio de cota. Mobilidade social comum por essas bandas. Muitos parabéns a este futuro colega! 
Um caso hipotético. Um empresário no setor financeiro, reeleito governador, foi beneficiado por ter sua empresa sido autorizada a abrir um novo tipo de linha de crédito, derivado da aprovação de lei editada pelo Executivo. Seria ético o empresário prestar apoio político a esse Executivo? Não deveria haver nenhum benefício por iniciativas políticas a quem ocupa cargos públicos? Deveria quem ocupasse cargo público abandonar totalmente qualquer atividade empresarial? Ser empresário e político ao mesmo tempo pode ser compatível? Seria assim também em outros países? Apesar da lei autorizar, seria ético? Não permitir retiraria o direito de alguém empreender? Deveria haver um recesso durante e após o mandato como nos casos de cargos públicos que passam ao setor privado? 
A pauta económica das social-democracias continua massacrando as classes médias. Justificam o mantra défice/dívida mas esquecem-se que o crescimento económico os reduz. Manter esse rumo vai continuar empurrando o voto para o extremismo.
As desigualdades sociais e a acumulação de riqueza geradas pela globalização, a desresponsabilização dos governos eleitos democraticamente, o descrédito nas instituições, todos esses fatores têm contribuído para o crescente distanciamento e desprezo dos cidadãos que, vendo-se desprotegidos e abandonados, são atraídos cada vez mais para as perigosas soluções populistas. As nações precisam de estadistas que as liderem com valores e pelo exemplo. É preciso uma nova ordem!
O Bolsonarismo foi uma válvula de escape para o Conservadorismo brasileiro. Desperdiçou-se a oportunidade de um centro-direita governar e acertar as contas para gerar crescimento. As difíceis condições do país, agravadas pelo panorama internacional, não serão revertidas com o retorno da esquerda, pelo contrário irão deteriorar-se. A reaparecimento da direita é definitivo. Será vital surgir uma corrente mais moderada que esvazie o furor populista e livre o país de uma radicalização desgastante ainda maior.  
Metade dos brasileiros é pelos direitos e a outra metade é pelos deveres, e assim fica tudo bem equilibrado, entretanto os dois braços desse mesmo corpo não têm quem os represente dignamente. O político não tem ideologia, é fisiológico,  o eleitor não, ou pensa mais à esquerda ou mais à direita. Arrisco dizer que nossa população não se cruza com o pensamento de esquerda. Somos conservadores e por isso liberais, não toleramos roubalheira e agora mais uma característica marcante, nossa natural religiosidade assumiu proeminência com o protestantismo. O populismo aproveita-se bem disso e no atual estágio é o que temos. Chegará o dia em que o recusaremos e passaremos a votar naturalmente de forma ideológica.