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A mostrar mensagens de agosto, 2021
A cidade, como a loja, é como se diz uma prisão de porta aberta. Está-se lá contra a vontade, em troca de alguma coisa que nos recompensa; a escola, o hospital e o salário que nos paga além das contas, o cinema com pipoca aos fins de semana.
De pé ó vítimas do engodo! A exclusão e histórica desproteção social do indivíduo criam nele uma natural prevenção e revolta a tudo o que parte dos governantes. A esperada aceitação de suas medidas, no pressuposto de que seriam tomadas com capacidade e justiça, transforma-se imediatamente em contestação arraigada. O ideário de esquerda, originariamente defensor dos explorados, infiltra-se facilmente na população que, desconhecendo sua representatividade, cai no jugo de seus falsos propaladores como vítima indefesa e massa de manobra.
Apesar do Lula estar mais cotado que o Bolsonaro, a recusa pelos dois é grande, assim como a expectativa por um terceiro. O quase meio a meio das eleições passadas estão sendo desperdiçados pelos governistas, que não revivem os crimes e a prisão por corrupção do adversário. Este por sua vez, sem muito alarde, cresce com o desaire cada vez maior do outro. O povo não é bobo e os rejeita igualmente. Quer outro nome que os livre do desastre conhecido. Peca pela demora a definição dessa pessoa, por total falta de projeto e estratégia dos demais, oferecendo o alívio de uma alternativa ao eleitor num segundo turno. Infelizmente, muito mais que um importante programa de governo, dependemos do acordo de muitos interesses diferentes daqueles de quem vota. 
Limitar o lucro é interferir no mercado, e como tal libertar forças contrárias estabilizadoras do próprio mercado como o desabastecimento. Por outro lado, não limitar preços exagerados de alguns produtos pode acarretar crises como a inflação. Como agir se nada pode contrariar a oferta e a procura? O combustível ou a eletricidade por exemplo impactam em muitas composições de custo de produtos básicos essenciais, cujo consumo não pode ser reduzido a partir de um determinado limite de procura. Como corrigir distorções pontuais sem afetar o mercado nesses casos? Considerando-se que, da mesma forma que são respeitadas as forças de mercado, também deve ser exigida a livre concorrência, ou seja não haver monopólios ou cartelizações, a parcela do lucro não pode ser diminuída, restando reduzir os custos de produção e os impostos. Se tomarmos os impostos e o preço da matéria prima intocáveis, os custos de produção poderiam ser ainda mais reduzidos, além daqueles resultantes da livre concorrência
"Certos países só deveriam ser ajudados depois de se livrarem da corrupção e da incompetência que em tudo os torna inviáveis." MST escreveu isso a respeito da situação no Afeganistão. Por mais inaceitável que possa parecer, é essa de fato a forma com que encaramos esse tipo de problema, em todo nosso redor. A forma egoísta e irresponsável, e que mais tarde exigirá intervenções para minimizar suas más consequências; como por exemplo o problema da distribuição de vacinas para Covid. Quanto mais será preciso passar para que o nosso egoísmo se indague? Ao mais capaz cabe a responsabilidade de cuidar do mais fragilizado. E não é só uma questão de altruísmo, é de sobrevivência também, do que somos e do que representamos, e nesse sentido torna-se indispensável a participação das democracias ocidentais. Virar-lhes as costas é má decisão.
O que para nós é cegueira total para eles é a verdade absoluta. Como debater pelo bem e o progresso quando esses conceitos diferem radicalmente e principalmente se tratar da luta pelo poder naquela região subdesenvolvida? O Ocidente venceu o Comunismo com a oferta de liberdade e consumo. Não é esse o desejo dos fundamentalistas. Como então aproximá-los um pouco mais de nossos valores? Talvez a China possa lá investir e os armar, formar e os fazer produzir; eles não conhecem a importância da produção de riqueza e talvez por isso não a desejem. Aquela fé tudo proíbe. Será o germe do Capitalismo o remédio?
Experimentar o sabor e outras coisas das quais o outro goza. Querer sentir o prazer que o outro demonstra desfrutar. Essa curiosidade, e até mesmo inveja, tem sido capaz de manter o consumo e tudo mais o que produzimos no mundo, desde as fortunas nacionais conseguidas com o comércio de especiarias e tecidos... Somos nós, a nossa cobiça, os responsáveis pelo consumo e pela produção de riqueza ao que damos o nome de mercado e pelo qual tudo baseamos; acumular riqueza e saciar prazeres. Esse é o motor que nos faz mover e o que tem destruído o mundo e a relação entre as pessoas e os povos. O poder é egoísta, e se não nos dermos conta de que sozinhos não somos felizes, e que há outras coisas para além do produto, seremos mesmo capazes de destruir o planeta. Cabe a nós valorar aquilo que realmente importa. Se preciso consumir menos ou deixar de consumir, diminuir a produção ou deixar de produzir, trabalhar menos e viver com mais qualidade, mais tempo e na companhia dos nossos amados. Sentir