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Na fotografia da fila de pessoas à espera do auxílio emergencial pode-se ver medo, apreensão, desânimo, revolta...
Onde quereriam estar aquelas pessoas senão fora da exposição perigosa das ruas, e sim nos seus empregos previsíveis e confortáveis...
O emprego formal significa, além do bem estar material e emocional do empregado, o fator que estabiliza e pacifica os humores da sociedade. É o vai e vem dos ônibus e trens abarrotados que garante a paz de justos e dos pecadores...
O medo de uma pandemia mortífera e a agudização do desemprego são os ingredientes para uma sublevação social que se não é aplacada com o recurso financeiro, poderiam causar a desordem pública e a queda do governo.
Tudo o que não se quer agora é exatamente o que o governo está a fazer. Descoordenação, autoritarismo, politicagem e principalmente falta de liderança.
Intrigas, demissões, pressões inoportunas não são as melhores práticas que se podiam esperar, nesse momento em que para qualquer cidadão, o mais importante é salvar vidas, até mesmo para aqueles que arriscam as suas para mantê-las a duras penas; quereriam eles também, assim como os outros, estar nos seus empregos formais...
A Economia já se sabe, nada a fazer agora a não ser repartir o que se tem e torcer para recomeçar do zero, com vigor, o mais breve possível, se houver nessa altura, de fato, um governo a que se dê esse nome. 

Comentários

  1. Em poucas palavras um retrato realista e assustador do impacto desta pandemia horrível

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