Avançar para o conteúdo principal

O voto distrital, ou seja, aquele que vincula o candidato à área de um restrito número de eleitores que o conhecem bem, o distrito, é de fato bastante representativo.

O chamado recall, que obriga o compromisso do voto sob pena da devolução do mandato, é mais uma ferramenta para tornar mais eficaz a vontade do verdadeiro imanente do poder, o eleitor.

Quando o exercício da cidadania está consolidado, esta relação direta funciona naturalmente na medida em que o eleitor decide de fato como quer que o governo atue. Quando os cidadãos ainda não estão comprometidos com essa responsabilidade, e os candidatos por isso menos responsabilizados, resultaria melhor o voto em lista fechada no partido.

O voto partidário nesse contexto, apesar dos nomes dos candidatos não corresponderem à escolha pessoal do eleitor, propiciaria um compromisso menos arriscado quando não há essa relação individual e mais seguro com o conjunto, mais ideológico e de programa partidário, e que não deixaria de poder ser retomado através de um mecanismo como o recall, caso não fossem atendidas as expectativas.

Em qualquer das situações, de maior ou menor exercício de cidadania, o eleitor deve ser sempre o dono do mandato do seu representante. 


Comentários

  1. Aqui, no Rio de Janeiro, seria importantíssimo o voto distrital, pois há uma diversidade de demandas. Desde a cidade do Rio de Janeiro, Baixada, região Serrana, dos Lagos e sul fluminense. Talvez isso, melhoraria o nível de discussão e dos futuros eleitos, que deveriam cumprir suas plataformas eleitorais e não "eleitoreiras".

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Com um OE comprometido com salários e pensões não há dinheiro para o investimento; espaço para a iniciativa privada. Muito mais que a conhecida redução de impostos, deve ser com concessões e privatizações que a Economia pode crescer. Ultrapassar os tabus, garantir seu papel social, regular e deixar o Capital fazer o seu trabalho. 
A iniciativa privada é a causa e o desenvolvimento é o efeito. O de todos é consequência direta e indissociável de apenas um. O germe do desenvolvimento humano reside na vontade individual de criar, produzir, transacionar e lucrar em benefício próprio, ao mesmo tempo que identifica, oferece e supre as necessidades dos outros, e que sem esta não seriam atendidas. Sempre havendo assim, demandas identificadas por alguém que se dispusesse a atendê-las, em troca do seu ganho particular. Tão bem comparado por Smith com a mão invisível que nos leva o bife ao prato no jantar. A iniciativa privada para obtenção do ganho particular é o único e imprescindível fator para o desenvolvimento e bem-estar de toda a sociedade. Em nenhum momento se pode perder de vista, que é da salutar ambição pelo ganho particular que se cria a riqueza que se distribui por todos. Nenhuma forma consentida de governo pode contrariar esse princípio, devendo mesmo fazer dele sua razão, para com equidade assegurar a distrib...
A empresa, o empresário, por definição são de direita; o empregado, de esquerda. Enquanto a lógica do primeiro é liberal, conservadora, a do segundo é social, reformista. Nomenclaturas e definições à parte, esse embate de classes sempre existiu e foi Marx quem o descreveu com mais argúcia. Sendo o Capitalismo o sistema de relações que melhor se adequa à natureza humana, e por isso o mais natural, sofre também com as imperfeições da sua própria natureza; sua avareza, sua vaidade, sua soberba. O natural Capitalismo evolui com a própria evolução humana. Está num ponto de viragem... seu desaire de acumulação e concentração criou desigualdades profundas e o ser humano não tolera isso. A pandemia veio acelerar essas mudanças e certamente não será pela lógica da direita que serão conseguidas... A esquerda deve refletir bem esse seu atual papel.