As guerras coloniais foram também sem dúvida desdobramentos da Guerra Fria, e como tal, devem ser vistas como resultado dessa luta entre o Ocidente e o Comunismo naquele período.
O colonialismo como prática comum do imperialismo europeu, capitalismo exploratório a título de movimento civilizatório, não perde de todo esse aspecto, do ponto de vista cultural iluminista ocidental, que culminou com a Revolução Industrial e o fortalecimento dos mercados internacionais. As exclusivas colônias, além de lucrativos fornecedores de recursos naturais, contribuíam também para mercado de consumo da produção de suas metrópoles.
O cientificismo humanista europeu, secundado pelo expansionismo da catequese cristã, objetivou também desenvolver aqueles povos por razões humanitárias, muito embora à custa da violência e da suplantação de suas culturas. Tais métodos mostrariam evidentemente serem limitados além de falhos.
O baixíssimo desenvolvimento económico e social das colônias africanas e asiáticas, foi encarado naquela época como justificativa moral para uma intervenção benigna, mesmo paternalista, dos países europeus que desconsiderando culturas seculares, consideradas primitivas e bárbaras, viam naqueles povos indígenas, raças de indivíduos que não se enquadravam na condição humana, necessitando assim serem forçosamente aculturados. Este tipo de conceito racial mostrou-se evidentemente equivocado e danoso, contribuindo para o desfecho conhecido como as Guerras Coloniais.
Analisando-se o fato histórico nos dias de hoje, poderíamos questionar sem o receio de sermos mal interpretados, se face ao atual desenvolvimento social alcançado pelas ex-colônias, teria sido aquela prática de todo errada. A resposta francamente não pode ser totalmente afirmativa, apesar de todo o mal infligido àqueles povos pelos europeus; esses também por sua vez, naquele momento, ainda carentes de uma compreensão verdadeiramente humanista.
Podemos conjecturar, tendo em vista os desaires das nações imperialistas daquela época, se outra estratégia não poderia ter sido adotada, como por exemplo uma versão híbrida de colonialismo de transição, exploratória e desenvolvimentista, ao mesmo tempo eficaz no combate ao Comunismo, que levasse à organização de futuras autonomias políticas unidas por acordos de interesses recíprocos comerciais e solidários.
Hoje, tendo vindo o Ocidente ter adotado uma relação predominantemente assistencial e não intervencionista com aqueles países menos desenvolvidos, peca-se agora pela falta de maior atenção e solidariedade, atitudes essas essenciais para o desenvolvimento sustentável e o pacífico bem-estar do mundo globalizado.
Erra-se novamente, podendo-se mesmo prever, sem que sejam tomadas medidas conscientes, um desfecho semelhante, causado por um novo tipo de conflito que já se observa com os incontroláveis movimentos imigratórios na Europa.
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