A iniciativa privada é a causa e o desenvolvimento é o efeito.
O de todos é consequência direta e indissociável de apenas um. O germe do desenvolvimento humano reside na vontade individual de criar, produzir, transacionar e lucrar em benefício próprio, ao mesmo tempo que identifica, oferece e supre as necessidades dos outros, e que sem esta não seriam atendidas. Sempre havendo assim, demandas identificadas por alguém que se dispusesse a atendê-las, em troca do seu ganho particular. Tão bem comparado por Smith com a mão invisível que nos leva o bife ao prato no jantar.
A iniciativa privada para obtenção do ganho particular é o único e imprescindível fator para o desenvolvimento e bem-estar de toda a sociedade.
Em nenhum momento se pode perder de vista, que é da salutar ambição pelo ganho particular que se cria a riqueza que se distribui por todos. Nenhuma forma consentida de governo pode contrariar esse princípio, devendo mesmo fazer dele sua razão, para com equidade assegurar a distribuição dessa riqueza.
Utilizando-se agora de uma outra figura, a da galinha dos ovos de ouro, não deve o governo sensato matar a galinha para buscar mais. Se por um lado é da saúde empresarial que dependem os impostos que pagam as despesas sociais, do outro é do rendimento do trabalho que depende o consumo, ambos esses dependentes do voto do eleitor-contribuinte.
Cabe aos governos democráticos encontrar o equilíbrio entre o Capital e o Trabalho, inspirado no ordoliberalismo, deixando para isso atuar tão somente a lei do mercado, ao mesmo tempo que assegura as condições para a livre concorrência.
Erram os governos que desviam-se desse princípio. Pecam os que não repartem desse interesse, o Capital que explora e o Trabalho que se alheia.
Qualquer sociedade que permita ao Capital subjugar o Trabalho, seja através de legislação ou da formação de governos coniventes, está fadada à ruína.
Quando um governo deixa de representar a população e passa a se manter incólume com o apoio tácito das classes exploradoras, toda Economia acaba por ruir. A iniciativa privada é aniquilada pela concorrência desleal dos oligopólios, os empregos privados desaparecem e os públicos disparam em flexa. A produção de riqueza decresce e os impostos ainda pagos passam a reverter exclusivamente para o custeio da máquina administrativa empregada, com o consentimento do seu voto, no lugar de retornar à massa contribuinte como serviço público de qualidade.
Este quadro de falência social resulta do desprezo pelo valoroso princípio da livre iniciativa privada. Sua inversão também começa por aí.
Muito bom o texto Rui. Hoje temos um capital especulativo apatrio como nunca existiu e uma maquina publica insaciável. Desarmar este esquema será muito difícil.⅕
ResponderEliminarRui, a virtude é o caminho do equilíbrio!
ResponderEliminarMuito bom o seu texto e gostei da lembranca do ordoliberalismo!
Aí está um princípio que pode contemplar o ideal liberal e justiça social numa ordem mais razoável. Tendo a livre iniciativa e direitos sociais exercidos para o bem comum. Sem especulação do capital e paternalismos/vitimizaçôes.
Nival Nunes.