Fica claro reconhecer o movimento cíclico nas histórias das sociedades, e de como se pode prever de uma forma geral os momentos dessas mudanças causadas pela exaustão do sistema governativo.
O traço comum que se observa é a alternância de governos mais e menos autocráticos que perduram enquanto dura a harmonia social-económica.
Vejamos um breve resumo da história contemporânea portuguesa:
O país vivia décadas numa ditadura de direita que pôs fim aos chiliques parlamentares republicanos pós monarquia. Auferia recursos das colónias e mantinha o povo na linha com alguns escudos no bolso, futebol e Fátima.
A guerra fria veio mexer nessa acalmia com a visibilidade da esquerda que conseguiu monopolizar o discurso independentista africano. As Forças Armadas começaram a intervir com grandes custos e baixas.
Os militares não queriam a guerra e derrubaram o ditador propondo novos partidos e uma assembléia constituinte.
Para aplacar o crescimento dos comunistas, o Ocidente colaborou para que o Partido Socialista, menos radical, aglutinasse a esquerda em convívio com os partidos de direita.
Tiveram a sorte de uma década depois entrarem para a UE com rios de dinheiro para melhoria do padrão de vida e mais tarde moeda única.
Vive-se agora com alguns euros no bolso, futebol e Fátima.
Parece assim durar...
Olhando agora o Brasil:
A agitada república que suplantou a monarquia também não se aguentou. Foi uma convulsão enorme essa transição oligárquica. Surgiu como consequência desse período tíbio um ditador que manteve o país de baixo da bota até o final da segunda grande guerra; nessa ocasião já totalmente na esfera norte-americana.
O até então oprimido pensamento de esquerda, insuflado pelo poderoso ex-aliado soviético, desabrochou num novo período democrático multipartidário durante a Guerra Fria e encerrado pelo golpe militar de direita que governou o país com mão de ferro até os anos 80.
A Abertura, como foi chamado o período de transição para a democracia, trouxe de volta o pluripartidarismo e o protagonismo dos líderes de esquerda que estavam exilados. Iniciou-se assim, com a Constituição de 88, a consolidação do ideário de esquerda no Brasil com o culminar dos governos petistas.
O caos político causado pelos escândalos de corrupção, atraso social e violência propiciaram a eleição de um representante da direita. O atual governo, em que se esperava a justiça e crescimento económico, a educação e inclusão da população explorada, decepcionou, e a conjuntura não mostra sinais de mudança no futuro...
O que se espera acontecer em seguida?
A respeito do assunto segue o link de uma interessante relação
https://www.economist.com/graphic-detail/2020/08/22/a-rift-in-democratic-attitudes-is-opening-up-around-the-world
O traço comum que se observa é a alternância de governos mais e menos autocráticos que perduram enquanto dura a harmonia social-económica.
Vejamos um breve resumo da história contemporânea portuguesa:
O país vivia décadas numa ditadura de direita que pôs fim aos chiliques parlamentares republicanos pós monarquia. Auferia recursos das colónias e mantinha o povo na linha com alguns escudos no bolso, futebol e Fátima.
A guerra fria veio mexer nessa acalmia com a visibilidade da esquerda que conseguiu monopolizar o discurso independentista africano. As Forças Armadas começaram a intervir com grandes custos e baixas.
Os militares não queriam a guerra e derrubaram o ditador propondo novos partidos e uma assembléia constituinte.
Para aplacar o crescimento dos comunistas, o Ocidente colaborou para que o Partido Socialista, menos radical, aglutinasse a esquerda em convívio com os partidos de direita.
Tiveram a sorte de uma década depois entrarem para a UE com rios de dinheiro para melhoria do padrão de vida e mais tarde moeda única.
Vive-se agora com alguns euros no bolso, futebol e Fátima.
Parece assim durar...
Olhando agora o Brasil:
A agitada república que suplantou a monarquia também não se aguentou. Foi uma convulsão enorme essa transição oligárquica. Surgiu como consequência desse período tíbio um ditador que manteve o país de baixo da bota até o final da segunda grande guerra; nessa ocasião já totalmente na esfera norte-americana.
O até então oprimido pensamento de esquerda, insuflado pelo poderoso ex-aliado soviético, desabrochou num novo período democrático multipartidário durante a Guerra Fria e encerrado pelo golpe militar de direita que governou o país com mão de ferro até os anos 80.
A Abertura, como foi chamado o período de transição para a democracia, trouxe de volta o pluripartidarismo e o protagonismo dos líderes de esquerda que estavam exilados. Iniciou-se assim, com a Constituição de 88, a consolidação do ideário de esquerda no Brasil com o culminar dos governos petistas.
O caos político causado pelos escândalos de corrupção, atraso social e violência propiciaram a eleição de um representante da direita. O atual governo, em que se esperava a justiça e crescimento económico, a educação e inclusão da população explorada, decepcionou, e a conjuntura não mostra sinais de mudança no futuro...
O que se espera acontecer em seguida?
A respeito do assunto segue o link de uma interessante relação
https://www.economist.com/graphic-detail/2020/08/22/a-rift-in-democratic-attitudes-is-opening-up-around-the-world
Texto muito elucidativo mas gostaria de mais profundidade nos temas mais marcantes.
ResponderEliminarObrigado por esse 👍