Pegando o fio à meada...
Justo deve ser aquilo que é aceito.
Se houve quem trabalhasse a terra e domesticasse os animais e dissesse que ali era seu, então seria justo este conceito de propriedade privada inviolável.
Se ao contrário dissesse que era meu e não usasse, então seria justo que quem quisesse usar o fizesse seu.
Se tivesse muita, e por não conseguir trabalhar a terra toda, cedesse a quem quisesse trabalhar ali em troca de uma paga, então não seria justo porque o trabalho é dele mas a terra não. Pagaria-se para trabalhar.
Ter mais que eu pudesse trabalhar não seria justo, mas se eu pagasse a quem quisesse ali trabalhar para mim, seria justo porque receberia-se por trabalhar.
O que difere então, por ser ou não justo, entre arrendar terra ou trabalho, tendo ambos um preço?
Por que pagar pelo trabalho de alguém em suas terras seria mais justo que alguém pagar para trabalhar nessas terras tirando dali o seu sustento?
A resposta natural é que a terra só pode pertencer a quem trabalha nela, sozinho ou com o trabalho pago de outros. O conceito justo de propriedade está vinculado ao uso.
Se envelheço e não posso mais trabalhar a terra, meus filhos que ali criei podem trabalhar por mim. De quem seria a posse dessa terra? Minha ou dos meus filhos que ali trabalham? O conceito de herança responde à pergunta, ou seja, considera-se justo passar a propriedade de geração em geração, desde que ali se trabalhe, e nesse sentido, injusto herdar se não é feito o uso. Entretanto se a terra é um bem e tem seu preço, quem a possui usando ou não tem o direito de a vender. Ora, se quem usou e morreu, deixando esse bem a herdeiros que porventura não a utilizem, podem esses dizer que a terra é deles? Seria justo então herdar nesse caso? Certamente que não. Mas tendo sido a terra utilizada e se tornado propriedade em algum momento, aquilo que era antes um meio de produzir bens, deixou um meio de ser, passando a ser o próprio bem e por isso comercializado, utilizado ou não.
Algo que se vende como um bem, de posse de alguém que herdou, e que no princípio não tinha dono, foi tomado. Isso não é justo.
Justo concluir que a terra não deveria ter donos, a não ser o que nela se produz e as benfeitorias que ali sejam construídas.
Que diferença isso faria em nossas vidas se assim fosse? Como teria se organizado o mundo? Não teriam existido servos e senhores, Reis e vassalos, reinos e nações... tanta luta, tantas guerras, tantos lucros, tanta miséria, tanta desigualdade...
Seríamos mais pobres? Menos desenvolvidos? Mais felizes?...
Só conheceríamos o que é ser um trabalhador autônomo, contratante ou contratado. Não haveria proprietários a não ser do produto do seu próprio trabalho... mas não seria possível se viver assim, nesse equilíbrio harmonioso de diferentes aptidões que se completam, porque o homem não se contenta com pouco ou o que é justo. Ele sempre quer mais do que precisa... mais do que o outro.
O homem não é justo!
Justo deve ser aquilo que é aceito.
Se houve quem trabalhasse a terra e domesticasse os animais e dissesse que ali era seu, então seria justo este conceito de propriedade privada inviolável.
Se ao contrário dissesse que era meu e não usasse, então seria justo que quem quisesse usar o fizesse seu.
Se tivesse muita, e por não conseguir trabalhar a terra toda, cedesse a quem quisesse trabalhar ali em troca de uma paga, então não seria justo porque o trabalho é dele mas a terra não. Pagaria-se para trabalhar.
Ter mais que eu pudesse trabalhar não seria justo, mas se eu pagasse a quem quisesse ali trabalhar para mim, seria justo porque receberia-se por trabalhar.
O que difere então, por ser ou não justo, entre arrendar terra ou trabalho, tendo ambos um preço?
Por que pagar pelo trabalho de alguém em suas terras seria mais justo que alguém pagar para trabalhar nessas terras tirando dali o seu sustento?
A resposta natural é que a terra só pode pertencer a quem trabalha nela, sozinho ou com o trabalho pago de outros. O conceito justo de propriedade está vinculado ao uso.
Se envelheço e não posso mais trabalhar a terra, meus filhos que ali criei podem trabalhar por mim. De quem seria a posse dessa terra? Minha ou dos meus filhos que ali trabalham? O conceito de herança responde à pergunta, ou seja, considera-se justo passar a propriedade de geração em geração, desde que ali se trabalhe, e nesse sentido, injusto herdar se não é feito o uso. Entretanto se a terra é um bem e tem seu preço, quem a possui usando ou não tem o direito de a vender. Ora, se quem usou e morreu, deixando esse bem a herdeiros que porventura não a utilizem, podem esses dizer que a terra é deles? Seria justo então herdar nesse caso? Certamente que não. Mas tendo sido a terra utilizada e se tornado propriedade em algum momento, aquilo que era antes um meio de produzir bens, deixou um meio de ser, passando a ser o próprio bem e por isso comercializado, utilizado ou não.
Algo que se vende como um bem, de posse de alguém que herdou, e que no princípio não tinha dono, foi tomado. Isso não é justo.
Justo concluir que a terra não deveria ter donos, a não ser o que nela se produz e as benfeitorias que ali sejam construídas.
Que diferença isso faria em nossas vidas se assim fosse? Como teria se organizado o mundo? Não teriam existido servos e senhores, Reis e vassalos, reinos e nações... tanta luta, tantas guerras, tantos lucros, tanta miséria, tanta desigualdade...
Seríamos mais pobres? Menos desenvolvidos? Mais felizes?...
Só conheceríamos o que é ser um trabalhador autônomo, contratante ou contratado. Não haveria proprietários a não ser do produto do seu próprio trabalho... mas não seria possível se viver assim, nesse equilíbrio harmonioso de diferentes aptidões que se completam, porque o homem não se contenta com pouco ou o que é justo. Ele sempre quer mais do que precisa... mais do que o outro.
O homem não é justo!
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