A natureza humana é conservadora. O percurso etário é uma prova disso. Como fonte filosófica de vida baseada em valores e costumes, o Conservadorismo está a montante da política e das ideologias que desembocam na economia do nosso dia-a-dia. O primitivo senso de liberdade e iniciativa do homem determinou seu modelo ideológico original de conduta política, denominado mais tarde, Direita. De suas também naturais inconformidade e contestação, resultou a necessidade de mudar, e com ela, um novo tipo de pensamento ideológico mais reformador, por vezes revolucionário, que priorizava o interesse da maioria coletiva em detrimento do protagonismo individualista da Direita; a Esquerda. Ambos pensamentos, apesar de antagônicos, coexistentes e não excludentes no indivíduo, fazem parte da sua integralidade e da necessidade de integração com os demais. Ao mesmo tempo sua independência e interdependência. A exploração política mesquinha subverteu essa dualidade natural e benéfica, criando uma cisão f...
Como votamos? O Individualismo suplantou o Coletivismo, e esse fenômeno social tem definido a direção ideológica personalista do voto no lugar da tradicional escolha de um programa no campo ideológico. O exemplo brasileiro nessas eleições ilustra bem essa característica do eleitor passional, justificando bem seu comportamento agressivo e apaixonado. Naturalmente nos dividimos entre duas formas de encarar qualquer acontecimento com que nos deparamos. Há em nós uma simpatia nata, visceral, que nos leva a tomar de imediato uma atitude mais complacente, ou em oposição, uma atitude mais assertiva diante um problema. É mais fácil do ponto de vista cognitivo optar pelo que nos simpatizamos do que propriamente o debate das prioridades programáticas na política; isso empobrece a mobilização coletiva e a representatividade do eleitor. A despreocupação egoísta com o coletivo de diferenças leva ao surgimento dos perigosos radicalismos em tempos de crise.