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O corpo político e a sociedade são dois corpos excludentes, não obstante da sociedade provenham os membros do corpo político.

Apesar de sua práxis exclusiva, o corpo político não perde suas qualidades individuais, características marcantes da sua sociedade.

No Brasil, os políticos não representam seus eleitores, agindo sempre em interesse próprio, com o agravamento da impunidade e do próprio desinteresse dos representados. Esses costumam apontar os defeitos e chagas do corpo político, como forma de revolta e inconformismo, esquecendo-se que os escolhem através do voto entre os membros do seu próprio grupo.

A sociedade brasileira, assim como sua jovem democracia, comparando-se o grupo ao indivíduo, pode ser encarada como um adolescente, e como qualquer outro, imaturo e rebelde. Inconformista mas ainda dependente de seus pais que, nesta difícil fase dos filhos, contam apenas com duas únicas ferramentas eficazes em sua educação; o diálogo e a severidade.

Extrapolando-se agora ao grupo, podemos perceber que estas duas medidas acabam por não ser aplicadas, encontrando-se assim alguma razão para explicar o desaire do nosso atual sistema democrático.

Se por um lado o diálogo está anulado pelo radicalismo, por outro a severidade inexiste por não haver Justiça.

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