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Um trecho de uma cronista de quem sou habitual leitor despertou-me para as minhas gentes: "Estes dias pardos fazem recordar os dias cinzentos da agonia de Salazar e do caetanismo. A vida seguia igual e não parecia haver esperança de furar a monotonia da incompetência. Apetecia o exílio. Quase 50 anos depois da revolução de abril, nunca imaginei que tal sabor amargo viesse à boca, o de não ver futuro para Portugal, de não descobrir chefes respeitáveis que não façam da mentira a verdade da propaganda..."

Em tudo há semelhança nas duas culturas, uma herdeira da outra, uma um fado da outra...

E aí de repente surge à minha frente novamente a causa disso tudo. Que tantas e tantas vezes discorro em tentativas para explicar, certamente para aplacar minha inconformidade, o motivo de tamanho deblaque.

Nós como eles também não somos representados, nem queremos que representem a nossa própria responsabilidade de sermos governados!

Simplesmente não queremos.

Preferimos assim, que alguém nos valha pelo amor de Deus! 

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