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 Os EUA declinam. Termina o seu tempo. Outro tomara o seu lugar no mundo como sempre foi.

Vivemos esse momento da história e apesar de não ser tão fácil podemos ver as causas de sua queda, algumas comuns às outras da História, como por exemplo a desmoralização do poder, e outras muito consequentes daquilo que veio a ser o único sistema económico viável que se conhece até hoje; o Capitalismo.

A queda dos EUA não deixa de ser uma consequência da exaustão do Capitalismo, não pelo seu princípio que se mostrou correto, mas por sua deturpação causada pela ganância. A concentração da riqueza tornou insustentáveis as naturais desigualdades.

Não se pode também por isso, deixar de se ressaltar aquilo que permitiu o desvirtuamento da ideia da propriedade privada, da livre iniciativa, da concorrência justa, da lei do mercado, e tudo isso regulado pelo Estado de Direito. As salutares democracias tornaram-se sistemas políticos nocivos à valorização do indivíduo. O respeito pelo cidadão, que fundamenta o contrato social, desaparece quando este deixa de ser de fato representado em favor de alguns poucos privilegiados. Classes sociais que detém o poder económico e o controlo dos governos excluindo o cidadão comum, relegando-o a mero consumidor de bens, pagador de impostos e votante que elege de livre vontade todo esse estado de coisas.

A ignorância de sua condição usurpada parece começar a terminar, e apesar de não restar mais tempo para uma reviravolta americana, esse aprendizado serve muito bem para aqueles que ainda vão a meio caminho.


 

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