Avançar para o conteúdo principal
O papel fundamental da Universidade é a busca do conhecimento. Muitíssimo mais importante que simplesmente atender às demandas do mercado.
Seja seu financiamento público ou privado, precisa produzir em contrapartida porque não tem o carácter generalista e obrigatório da educação pública gratuita. Também por este motivo justifica-se o pagamento aos estabelecimentos públicos pelos que pretendam a graduação, prevendo-se a atribuição de bolsas de estudo àqueles que por incapacidade financeira distingam-se no aproveitamento académico.
A produção retributiva dos que continuam os estudos de pós-graduação, seja do ponto de vista económico através da pesquisa aplicada, ou científico pela pesquisa pura, deve ser bem aferida tanto pelo retorno do investimento realizado, como pelo número de trabalhos publicados que sejam do reconhecimento da comunidade científica.
No Brasil, esse principal papel foi desvirtuado pela função quase exclusiva da produção de diplomas para o mercado de trabalho, descompassada por sinal com a demanda, agravado pelo excessivo número de licenças atribuídas a estabelecimentos privados de péssima qualidade.
A reforma do ensino superior por estes motivos, além da "descontaminação" política das instituições públicas tornadas cabides de emprego, mal geridas e descompromissadas com sua função, é urgente. 

Comentários

  1. Certíssimo Rui, a situação do ensino no Brasil é critica. Vai demorar muito tempo para melhorar.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Com um OE comprometido com salários e pensões não há dinheiro para o investimento; espaço para a iniciativa privada. Muito mais que a conhecida redução de impostos, deve ser com concessões e privatizações que a Economia pode crescer. Ultrapassar os tabus, garantir seu papel social, regular e deixar o Capital fazer o seu trabalho. 
A iniciativa privada é a causa e o desenvolvimento é o efeito. O de todos é consequência direta e indissociável de apenas um. O germe do desenvolvimento humano reside na vontade individual de criar, produzir, transacionar e lucrar em benefício próprio, ao mesmo tempo que identifica, oferece e supre as necessidades dos outros, e que sem esta não seriam atendidas. Sempre havendo assim, demandas identificadas por alguém que se dispusesse a atendê-las, em troca do seu ganho particular. Tão bem comparado por Smith com a mão invisível que nos leva o bife ao prato no jantar. A iniciativa privada para obtenção do ganho particular é o único e imprescindível fator para o desenvolvimento e bem-estar de toda a sociedade. Em nenhum momento se pode perder de vista, que é da salutar ambição pelo ganho particular que se cria a riqueza que se distribui por todos. Nenhuma forma consentida de governo pode contrariar esse princípio, devendo mesmo fazer dele sua razão, para com equidade assegurar a distrib...
A empresa, o empresário, por definição são de direita; o empregado, de esquerda. Enquanto a lógica do primeiro é liberal, conservadora, a do segundo é social, reformista. Nomenclaturas e definições à parte, esse embate de classes sempre existiu e foi Marx quem o descreveu com mais argúcia. Sendo o Capitalismo o sistema de relações que melhor se adequa à natureza humana, e por isso o mais natural, sofre também com as imperfeições da sua própria natureza; sua avareza, sua vaidade, sua soberba. O natural Capitalismo evolui com a própria evolução humana. Está num ponto de viragem... seu desaire de acumulação e concentração criou desigualdades profundas e o ser humano não tolera isso. A pandemia veio acelerar essas mudanças e certamente não será pela lógica da direita que serão conseguidas... A esquerda deve refletir bem esse seu atual papel.