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O Globo de hoje alude aos cem anos de dois grandes pensadores brasileiros: Celso Furtado e Florestan Fernandes.
Afastando-nos dos inevitáveis rótulos da estúpida polarização política atual, é no mínimo útil rever aquilo que disseram a nosso respeito e que, o tempo prova, é acertado.
O nosso eterno subdesenvolvimento, diga-se social como deve ser chamado, não é nem nunca será uma etapa, e sim perene e estático por não possuir o combustível para o fazer mover-se e modificar-se.
Nossa burguesia nunca foi livre e meritocrática. Nosso patrimonialismo histórico nunca propiciou quem investisse seu capital e esforços com autonomia, ao mesmo tempo que o Estado nunca foi capaz de perceber uma classe média contribuinte que exigisse assistência e justiça.
Enquanto assim não for estaremos presos a esta condição cristalizada no tempo. 

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