Que amizade legal e interessante
é o casamento. Duas almas estranhas que se encontram com a missão de se ajudar
amando…
Não fazemos ideia do que será. É
como mergulhar sem ver o fundo, e mesmo assim se atirar na água atrativa
esquecendo todos os riscos… Por mais que a cabeça dite mandona, é o coração
quietinho que governa… Acredito que está destinado… e pode não ser pra já…
Não tem probabilidade que
explique uma em um bilhão ali esperando ser encontrada… Que coisa curiosa é ver
a futura mulher (ou o futuro marido) pela primeira vez…
Amizade melhor traduz que o amor…
Esse a gente só descobre mesmo quando chega o primeiro filho. O amor que
sentimos por um filho é o que mais se aproxima da definição dessa palavra tão
batida…
Amizade e companheirismo com um tempero
especial. Carinho e intimidade. Não precisamos de mais nada. Um completa o que
falta no outro e assim não nos falta mais nada.
Uma vez perguntei na saída de
carro para as férias. – Será que falta alguma coisa? Ela respondeu conferindo os
filhos no banco de trás. – Está aqui tudo que faz falta!
Não tem teimosia ou outro mau feitio
que resista aos anos de casamento. É como remédio homeopático que a gente toma
todo dia aos pouquinhos sem fazer cara feia ou efeitos colaterais. Me
impressiona o efeito abrasivo do convívio conjugal na aspereza da nossa
natureza bruta.
O começo é conturbado como a
paixão. Tudo com pressa e quantidade que não sacia. O tempo acalma e deixa
descobrir o verdadeiro gosto. No início é só estranheza e vontade de mudar o
outro. Passa o tempo e aprendemos a nos mudar…
Lutamos, ganhamos, perdemos, corremos,
paramos… envelhecemos… Arqueia o corpo, mudam os traços do nosso rosto, mas é
sempre o mesmo aquele sorriso que a gente viu pela primeira vez… Como nos
acalma esse sorriso… É a mais pura verdade o verso que diz “na paz do seu sorriso,
meus sonhos realizo”. O que mais a gente pode sonhar e querer do que o bem de
quem se ama…
Companheirismo é repartir o pão.
Amizade é contar com alguém quando se precisa. Às vezes, quando não podemos contar
connosco, e ela (ou ele) que nos vale, que nos cuida e nos refaz. Uma vez um,
outra vez o outro e assim nessa cumplicidade de anjos da guarda vamos levando
de mansinho a vida que custa a um sozinho.
Quero ficar bem velhinho ao lado
dela (ou dele) … Ir até ela antes que me chame ou dizer antes o que ela ia
dizer… Ficar do seu lado, os dois quietinhos e aconchegados na companhia do
outro, sentindo o mesmo tesão de antes, só por reparar distraído que ela nos
olhava sorrindo…
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