"O apelo persistente da micro-moradia".
O título dessa matéria de jornal sempre me atraiu.
Considero esse assunto muito importante do ponto de vista psicológico e, de um jeito ou de outro, é curioso observar como cada um busca inconscientemente a sua "casa" conforme se entende no mundo; como situa e modela seu mundo interior em relação ao mundo exterior.
É dos desejos mais básicos e das maiores conquistas, a casa onde se vive. Sua principal finalidade de abrigo e aconchego tem outro aspecto diretamente relacionado à maturidade do morador; sua percepção da individualidade e de como quer, por consequência, estar com os outros e no ambiente que o rodeia.
A micromoradia ou a pequena casa de alguém, fixa ou móvel, é a expressão desse amadurecimento, do entendimento do seu "tamanho" e "lugar" no mundo.
O amadurecimento emocional por norma acompanha a idade física. É curioso observar casas de pessoas mais velhas, um certo desleixo despreocupado, em contraste com a arrumação asséptico das casas dos mais jovens. A casa muda connosco, encolhe com a partida dos filhos. A casa acumula marcas como nosso o corpo e é isso mesmo, um envoltório do corpo. A busca idílica dessa "pequena casa" é a busca da melhor casca que se adapta ao nosso corpo ao longo do tempo e podemos mesmo dizer que não conseguimos estar no meio dos outros sem essa representação material a que chamamos casa.
O apelo emocional
Muito se escreveu a respeito do egoísmo nato do homem, do mau e do bom egoísmo, este último no sentido da preservação e do amor-próprio. É esse sentimento egoísta que apela à emoção do homem para buscar seu lugar no mundo, sua casa. Quer ali reinar com suas vontades e liberdade de ação. É o seu pequeno mundo onde se sente protegido e dono de si sem que nenhum outro lhe interfira.
Mesmo quando ali está em família, circunscreve um cômodo, um lugar, ou mesmo uma cadeira, que diga que é seu como se ali fosse ele próprio. Precisa sentir isso, o seu espaço fisico que se confunde com a própria personalidade, seu ego, e isto faz todo o sentido quando se diz buscar persistentemente por essa pequena casa que somos nós no mundo.
A pequena grande casa
O homem nasce, cresce e interage. Seu mundo interior é permeado pelo ambiente e pelas pessoas, ele próprio parte do todo. Uma parte de si em sua casa e outra parte dele fora dela. A casa pequena é assim como uma membrana, ao mesmo tempo que nos contém, faz-nos que o exterior nos contenha sem quase nenhuma separação entre os dois mundos. Essa metáfora que representa a casa pequena revela bem o significado do seu tamanho ser quase nada no espaço exterior. A casa quase nada no mundo, e nós quase nada nele a não ser nossa minúscula casinha...
Nossa casinha no mundo
Quando amadurecemos, como a lagarta que se transforma e sai do casulo, "saímos" da casa para o mundo exterior, quer se dizer com isso que, a partir da casa, buscamos estar a maior parte do tempo no ambiente que a rodeia, com a natureza e as pessoas. Isso nos proporciona bem estar e saúde. Viver a vida ao ar livre é uma extensão natural do pequeno espaço da casinha. Para ali voltamos ao fim do dia para o descanso e restauração, para o abrigo quando a natureza não quer conversa...
Viver numa casa pequena significa viver de fato no exterior, com todos os benefícios que isto traz do ponto de vista físico e emocional. É não estar fechado, isolado. É viver na companhia daquilo que nos rodeia, das pessoas que estão à nossa vista.
Uma casa pequena privilegia o estar no espaço exterior, num jardim, num bosque, numa montanha, num vale, próximo à água, aos animais... sempre ao ar livre, ao Sol, de baixo de uma sombra, do chuvisco, dos ventos...
Viver numa casa pequena é acomodar num pequeno espaço físico a nossa intimidade, a nossa individualidade, é viver em paz e comunhão com a natureza e isso sem dúvida é o que todos buscam persistentemente.
O título dessa matéria de jornal sempre me atraiu.
Considero esse assunto muito importante do ponto de vista psicológico e, de um jeito ou de outro, é curioso observar como cada um busca inconscientemente a sua "casa" conforme se entende no mundo; como situa e modela seu mundo interior em relação ao mundo exterior.
É dos desejos mais básicos e das maiores conquistas, a casa onde se vive. Sua principal finalidade de abrigo e aconchego tem outro aspecto diretamente relacionado à maturidade do morador; sua percepção da individualidade e de como quer, por consequência, estar com os outros e no ambiente que o rodeia.
A micromoradia ou a pequena casa de alguém, fixa ou móvel, é a expressão desse amadurecimento, do entendimento do seu "tamanho" e "lugar" no mundo.
O amadurecimento emocional por norma acompanha a idade física. É curioso observar casas de pessoas mais velhas, um certo desleixo despreocupado, em contraste com a arrumação asséptico das casas dos mais jovens. A casa muda connosco, encolhe com a partida dos filhos. A casa acumula marcas como nosso o corpo e é isso mesmo, um envoltório do corpo. A busca idílica dessa "pequena casa" é a busca da melhor casca que se adapta ao nosso corpo ao longo do tempo e podemos mesmo dizer que não conseguimos estar no meio dos outros sem essa representação material a que chamamos casa.
O apelo emocional
Muito se escreveu a respeito do egoísmo nato do homem, do mau e do bom egoísmo, este último no sentido da preservação e do amor-próprio. É esse sentimento egoísta que apela à emoção do homem para buscar seu lugar no mundo, sua casa. Quer ali reinar com suas vontades e liberdade de ação. É o seu pequeno mundo onde se sente protegido e dono de si sem que nenhum outro lhe interfira.
Mesmo quando ali está em família, circunscreve um cômodo, um lugar, ou mesmo uma cadeira, que diga que é seu como se ali fosse ele próprio. Precisa sentir isso, o seu espaço fisico que se confunde com a própria personalidade, seu ego, e isto faz todo o sentido quando se diz buscar persistentemente por essa pequena casa que somos nós no mundo.
A pequena grande casa
O homem nasce, cresce e interage. Seu mundo interior é permeado pelo ambiente e pelas pessoas, ele próprio parte do todo. Uma parte de si em sua casa e outra parte dele fora dela. A casa pequena é assim como uma membrana, ao mesmo tempo que nos contém, faz-nos que o exterior nos contenha sem quase nenhuma separação entre os dois mundos. Essa metáfora que representa a casa pequena revela bem o significado do seu tamanho ser quase nada no espaço exterior. A casa quase nada no mundo, e nós quase nada nele a não ser nossa minúscula casinha...
Nossa casinha no mundo
Quando amadurecemos, como a lagarta que se transforma e sai do casulo, "saímos" da casa para o mundo exterior, quer se dizer com isso que, a partir da casa, buscamos estar a maior parte do tempo no ambiente que a rodeia, com a natureza e as pessoas. Isso nos proporciona bem estar e saúde. Viver a vida ao ar livre é uma extensão natural do pequeno espaço da casinha. Para ali voltamos ao fim do dia para o descanso e restauração, para o abrigo quando a natureza não quer conversa...
Viver numa casa pequena significa viver de fato no exterior, com todos os benefícios que isto traz do ponto de vista físico e emocional. É não estar fechado, isolado. É viver na companhia daquilo que nos rodeia, das pessoas que estão à nossa vista.
Uma casa pequena privilegia o estar no espaço exterior, num jardim, num bosque, numa montanha, num vale, próximo à água, aos animais... sempre ao ar livre, ao Sol, de baixo de uma sombra, do chuvisco, dos ventos...
Viver numa casa pequena é acomodar num pequeno espaço físico a nossa intimidade, a nossa individualidade, é viver em paz e comunhão com a natureza e isso sem dúvida é o que todos buscam persistentemente.
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