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"Coroa vírus", "Caveira da Cedae", são nomes de blocos de rua do Carnaval do Rio nesse ano. Engraçados. Despertam de imediato uma reação agradável de brincadeira, ligeireza, descompromisso... É inevitável para um típico carioca, não achar divertido esse tipo de troça tão arraigada em nosso espírito brincalhão, transformando coisa séria em sacanagem, bicho papão em mamãe...
Falando em brincadeira também, recebi um áudio que narrava uma suposta tentativa de assalto na Bahia... escuso dizer que o que seria sério tornou-se piada e, no meio daquele diálogo com o assaltante, uma resposta me chamou a atenção. Perguntado por que assaltava, ele respondeu quase enfadonho: "Tenho fome..."
É natural. Se tenho fome, preciso comer, se preciso comer, preciso comprar comida, se preciso comprar, preciso trabalhar... não! Preciso roubar... Acordar cedo todos os dias e pegar um ônibus cheio pra ganhar um salário mínimo no fim do mês dá trabalho... é mais fácil roubar... não há problema... toda gente faz... afinal roubar é tão natural como não trabalhar ou não despender esforço para sobreviver...
É no mínimo contra natura esse comportamento tão nosso, sabe lá de onde veio, que contrasta com o dos outros que pensam que para se conseguir alguma coisa é preciso trabalhar muito. É verdade, tem gente que acha que para comer é preciso trabalhar...
Se não há nada perto para colher e não há ninguém para me dar, então vou tomar...
Somos assim, infantis. Os outros são adultos, precisam trabalhar... que trabalho isso dá!
Vambora mesmo é sair naquele bloco... como é o nome mesmo heim?

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