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A Independência trouxe cerca de um milhão e meio de portugueses e o fim da escravatura outro milhão e meio de italianos ao Brasil, respectivamente na primeira e segunda metade do século XIX. Os japoneses que vieram depois não chegaram a 10% desse contingente e em bem menor número os outros imigrantes.
Conclui-se assim que contribuíram decisivamente para formação da moderna sociedade brasileira esses dois povos latinos mais que qualquer outra cultura.
Naquele período grande número de europeus arriscavam o pouco que tinham em busca de oportunidades no Novo Mundo. Quase a totalidade era composta por famílias inteiras com pouquíssimo dinheiro e nenhuma formação profissional, muitos deles analfabetos e a maioria trabalhadores rurais.
Esses fatos retratam bem o multiculturalismo brasileiro que veio a tornar-se, por sua total assimilação, a própria cultura "genuína" nacional, herdeira dos elementos formadores, branco, índio e negro da sociedade brasileira.
Tal constatação demonstra nosso costume submisso e indiferente e pouco ou quase nada representativo e democrático.
As raízes patrimonialistas portuguesas e a resultante exclusão dos "despossados estrangeiros" ainda marcam fortemente nossas relações sociais com consequências políticas evidentes.
Os processos corretivos, educativo e politizante, são lentos e interruptos, apesar de extremamente necessários.
Os diferentes graus de educação mostram a enorme disparidade entre culturas, haja visto enquanto numas um vendedor local pode deixar suas mercadorias e o caixa à beira da estrada, noutras é preciso haver lei para não se urinar nas ruas...


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